Freud dizia que já nascemos com o
instinto de matar. E Darwin estabeleceu o princípio da luta pela sobrevivência.
Os homens primitivos só viviam para isso, matar para sobreviver.
Há hoje ainda esse instinto hoje em dia
estimulando para matar, o que contribui para o aumento da criminalidade.
Imagine-se, por ocasião de uma rixa, cada um saindo por aí matando o inimigo.
Os homens que assim fazem regridem ao estado dos homens primitivos, o homem
das cavernas como dissemos noutro blog (www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
04/12/22). O primeiro Código da Humanidade, o Hamurabi já sancionava
isso quando prescrevia “Olho por olho, dente por dente, morte por morte.”
Mas eu não posso julgar nem condenar o
outro, como ficou escrito nos evangelhos, depois de copiar também o avanço do
mesmo Hamurabi “não faça aos outros o que não quer que façam a você mesmo”. Há
a justiça institucionalizada, a quem os cidadãos entregam o direito e a tarefa
de julgar e condenar. Alguém pode argumentar que ela não é perfeita. Mas
vejamos como neste mundo nada é perfeito, mas há um caminho para percorrer e
chegar mais adiante. Caso contrário o mundo não existiria, porque não é
perfeito, mas, como dizem os cientistas há uma lei interna nas criaturas e no
mundo que tende para a perfeição. As moléculas e as células se mobilizam nos
organismos vivos, plantas, animais e no ser humano para reparar os erros e
curar as feridas. É assim que, graças a Deus também acontece na humanidade.
Também dizem os cientistas que a natureza é inteligente. Ela participa no seu
grau da Inteligência humana, pois a Inteligência humana é o fruto mais perfeito
do KIT cósmico como um todo.
A
inteligência humana passou por vários degraus mas avançou para mais à frente.
Na verdade, “os biólogos costumam dizer que a ontogenia recapitula a filogenia”
(Harvey Cox, A Fé do futuro, pg 29). Isto é, o desenvolvimento de um indivíduo
repete a evolução da espécie como um todo, ou por outra, o indivíduo é a
miniatura de todo o cosmo, é portanto um microcosmo. Na verdade, a filogenia é
paralela com a teoria do hilemorfismo de Tomás de Aquino que por sua vez
herdou de Aristóteles. Esta teoria explica o desenvolvimento do embrião nas
suas três fases, começando pela fase vegetal, passando para a fase
sensitivo-animal, até chegar à fase racional (Cf. mesmo Blog
citado).
Veja
bem, o mais notável de tudo isso é ser possível remontar o processo seguinte:
Os íons no cérebro dependem do alimento, o alimento depende de fótons
produzidos no centro do sol, o sol resulta de explosões anteriores
quando estrelas explodiram e deram origem ao sol, e o sol deu origem a nós.
Essa saraivada fotônica do início dos tempos provê de energia nosso ser e nosso
pensamento. Incêndios do início dos tempos fortalecem você e eu agora mesmo.
Nós somos fruto do fogo cósmico A bola de fogo primeva existiu durante vinte
bilhões de anos sem consciência introspectiva. Por si só, essa estrela não
podia se dar conta da própria beleza ou da própria atividade. Mas a estrela
pode, por nosso intermédio, refletir sobre se mesma. É por isso que você é a
estrela. Você é aquela estrela que possibilita à vida refletir sobre si mesma.
(Cf. Michel Morwoord “O católico da amanhã” p.24 e 27). E Carl Sagan dizia
“somos faíscas de estrelas”.
Afinal,
nós, eu e você, quando éramos embrião, passámos por períodos que são a
miniatura de milhões e milhões de anos das mesmas fases pelas quais passou o
desenvolvimento e evolução da Terra, onde, primeiro, começou a fase de vida das
plantas; depois a fase de vida sensitivo-animal com as primeiras amebas
unicelulares até chegar à 3ª fase da consciência e inteligência. Deixando para
trás as inteligências de planta, de animal, até evoluir para a Inteligência
humana. Tudo isto desde os 15 bilhões de anos do BIG-BANG. De lá para cá a
natureza tem desenvolvido o princípio de cooperação para a vida, eliminando os
“acasos” menos felizes e desenvolvendo seu sistema de progresso.
E
se repararmos na humanidade inteligente, ela vai por esse caminho. Desde o
jargão ”olho por olho, dente por dente, morte por morte”, os códigos humanos
antes da vinda de Cristo já partiram, como disse, para outro jargão, que como o
anterior, também passou para a Bíblia: “Não faça aos outros o que não quer para
você mesmo” (Tob.4,13 e Mt.7,12).
Nesse
princípio está uma certeza: o caminho do aperfeiçoamento universal vem
garantido pela existência e preservação da natureza e do cosmo, como
consequência e fruto de um princípio dinâmico inerente às próprias coisas. Na
fé, nós chamamos a este principio de providência, mas cientificamente também
comprovado na dinâmica inicial e interna dos seres é chamado de evolução. É por
isso que a bondade vence a maldade, e a ordem supera sempre a desordem e a
violência. Na verdade, a humanidade tem superado guerras, desastres,
cataclismos e dilúvios de toda espécie, e doenças e pandemias as mais
devastadoras. Os cientistas, hoje, sabem que “a morte não veio ao mundo por
intermédio do pecado humano; a morte já era realidade milhões e milhões de anos
antes que os seres humanos caminhassem no planeta. E sabemos que não houve uma
Queda da Criação, que é uma metáfora. Desenvolvimento, mortes, desastres, e
revoluções eram partes essenciais da existência deste planeta milhões e milhões
de anos antes que os humanos entrassem em cena” (M.Morwoord o.c.p.33).
Conclusão. Do refletido atrás podemos tirar a
conclusão que o ser humano caminha para as estrelas. No jargão antigo se dizia:
“Lembra-te ó homem que és pó e ao pó hás de voltar”. Agora porém, graças não só
à fé mas também à ciência podemos dizer que o homem não veio do pó, mas da luz
das estrelas, e para lá voltará. Portanto, o positivo e inteligente agora é
dizer: “Lembra-te ó homem que vieste das estrelas, e estrela serás”.
P.Casimiro João smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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