Os judeus sempre foram bons em lidar com o dinheiro, e são donos de muitos Bancos. E a classe sacerdotal também. Foi a classe sacerdotal que fez a última edição do Gênesis, e que foi buscar uma figura “lendária” chamada Melquisedeque com o perfil de “sacerdote”, sem pai, sem mãe e sem genealogia, heb.7,3 e que deu os dízimos ao patriarca Abraão. E ainda mais, para completar a lenda o homem tinha que ser rei. Ficava feito o jogo que serviu 100 por cento para ser o suporte de um sacerdócio rico, político e dominador de toda a história judaica. Sacerdócio aliado com o poder real, truculento na recolha dos dízimos e despoticamente dominador: com o domínio imperial e o domínio econômico do dinheiro e o domínio da religião. E tudo isto para provar que o Dízimo era de instituição divina e estava escrito nos céus, como dizem os estudiosos. Aliás, conta a história dos primórdios do antigo judaísmo e dos povos vizinhos como começou o histórico do sacerdócio. Não havia sacerdote nem sacerdócio. O rei é que exercia o sacerdócio e oferecia os sacrifícios aos deuses, como também entre os judeus assim era. Paulatinamente os funcionários mais próximos do rei foram encarregados desse ofício pelo rei, pagos com bom salário. E para isso começaram a ser construídos os templos para oferecer sacrifícios porque ainda não havia. É por isso que vem a lenda dos dízimos de “rei Melquisedeque” que ofereceu ao patriarca Abraão. Esta era a situação do sacerdócio no A.T. Aí o rei tomava conta do palácio, e o sacerdote tomava conta do templo e dos sacrifícios. O rei tinha os impostos, e o sacerdote tinha os dízimos. E como tinha que obedecer ao rei, assumia também as funções de mágico para adivinhar as guerras, as fortunas e as mulheres. Um item: na época de Jesus tudo funcionava assim. A Carta aos Hebreus, que foi escrita por um judeu convertido para colocar o look de sacerdote em Jesus, nos diz que “ninguém deve atribuir-se essa “honra”, (Hb.5,4). Isto é, o tal cargo era uma baita de uma honra, e portanto com os direitos de personagem igual a um rei. E ainda, falando de Cristo como ele o imaginava, o que diz a Carta: “Ele foi por Deus proclamado sumo sacerdote na ordem do Melquisedeque”, (Hb.5,10). Expliquemos: na ordem de uma lenda? Mais: se Jesus foi proclamado sacerdote, porque é que Jesus nunca exerceu o sacerdócio no templo e nunca vestiu as vestes de sacerdote? Então Jesus teria sido desobediente e nunca foi sacerdote na sua vida, e nunca vestiu vestes sacerdotais nem ofereceu sacrifícios no Templo. E ainda mais, foi condenado à morte pelos sumos sacerdotes. E ainda mais, ele fez a Ceia pascal numa casa enquanto os sacerdotes ofereciam o cordeiro no Templo. E agora? Esse judeu anônimo que escreveu essa Carta esqueceu todas essas coisas. No entanto, essa Carta aos Hebreus, leia Judeus, foi muito apreciada e seguida por uma Igreja triunfalista, dado que oferecia todo o suporte para que os sacerdotes do N.T. continuassem com as mesmas regalias do A.T. Foi por isso que ela foi redigida, e reeditada mais vezes em datas posteriores. Aí batem as saudades desses tempos de “glórias” hoje em dia, em que a Igreja vive de uma reflexão das bem-aventuranças, e ao mesmo tempo de uma pressão obsessiva pela volta ao passado, com os privilégios, os salários, os abraços aos poderosos de hoje, e às mesmas roupagens e looks lendários do passado. A este respeito eis o que o Papa Francisco afirma aos que andam flertando com esse passado: “É curioso esse fascínio, que muitas vezes desperta o interesse de muitos jovens. Esse imaginário geralmente vem acompanhado de vestes preciosas e caras, com bordados, rendas, e estolas. Isso não é uma alegria por esse passado, mas ostentação de clericalismo, e uma modernidade sectária. Às vezes, por trás dessas vestimentas escondem-se distúrbios afetivos, problemas de comportamento ou um desconforto pessoal que pode ser instrumentalizado. Há candidatos com algo de errado, algo que os leva a esconder sua personalidade por detrás de conceitos rígidos e sectários”.Cf. www.katolish. de, 14-01-2025). O Papa certamente tem conhecimento de fatos reais, como seminários e formandos que flertam com as honrarias do passado, para não passarem essa ambição para as novas gerações.
Conclusão. Afinal das contas a figura lendária de Melquisedeque serviu para suporte de todo um passado de conluio entre sacerdócio e poder temporal, coleta de dízimos, e domínio do sacerdócio sobre o povo, igual a ditadura imperial, sacralizando-o com uma “divina lenda” sagrada. Será que não tem gente flertando agora numa volta aos tempos dessa lenda sagrada?
P.Casimiro João smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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