domingo, 9 de novembro de 2014

Que responsabilidade a nossa igual o profeta jonas




A história de Jonas foi bem pensada. É um bom exemplo de como seriam as novelas daquele tempo! Feita para transmitir um precioso ensinamento. Jonas vivia sossegado no seu sistema religioso. 

A Lei considerava estrangeiros gente intratável e pecaminosa. Poucas relações com eles. Ora a Assíria tinha invadido Israel e imposto pesada submissão no passado. Talvez aí por 722 antes de Cristo e já estávamos no ano de 300 antes de Cristo também. Tempo suficiente para amontoar historietas e amadurecer uma grande inimizade. 

Além de povo estrangeiro, era nação inimiga. Inimiga, perigosa e pecadora. Ora Jonas é enviado a uma de suas cidades, a Nínive, para pregar a Palavra de Deus. Mas, com? Além de perigoso parece um caso desonesto a Jonas. Como querer converter um povo tão rebelde? E é então que tenta fugir. Mete-se num barco que vai na direção da cidade que se conhecia mais distante naquele tempo: Tarsis. 

Entra no navio, esconde-se bem no porão e pensa fugir. Mas dão com ele e, no meio duma tempestade, lançam-no ao mar para descarregar o navio. É então que ele é salvo por um peixe, vem à praia e, aprendendo com a lição que não se deve desobedecer a Deus, pensa e decide-se ir a Nínive. Vai e o povo se converte e faz penitência. Afinal o seu medo era uma invenção.

Deus não faz acepção de pessoas. Nós, sim! E pensamos que a perversão de alguns é tão grande que não merece que se perca tempo. Negamo-nos ir ao seu encontro. Com facilidade montamos esquemas mentais que nos desviam de ajudar, de ir evangelizar.  Pomos nosso desprezo em ação e ficamos na nossa. Cada um que se arranje! Mas Deus tem outra maneira de pensar e agir. Ama a todos. 

A todos quer salvar. A todos concede Sua graça, porque são Seus filhos. E a culpa da situação pode não estar neles, mas em influências culturais e ambientes criados. Talvez até em nós que não damos bom exemplo. Ninguém se desinteresse e fuja de ajudar alguém!  Ninguém se feche nos seus piedosos atos de devoção, no seu sistema religioso, pensando só em se salvar a si mesmo. 

E abandonando os outros na sua situação. É costume divino salvar as pessoas em comunidade, em sistema familiar. Pedindo colaboração a alguém.  Jonas não se saiu bem querendo fugir e, quando se dispôs a ir evangelizar Nínive, obteve bom resultado. Decisão difícil, mas proveitosa! 

E nós? O que estamos fazendo nas Santas Missões Populares? Quem se fecha em si, se embrulha em desinteresse e se acomoda na passividade pode ou, certamente, fica responsável pela perdição de irmãos.


TODO O CRISTÃO DEVE SER MISSIONÁRIO!

A Paróquia não é agência de alguma Empresa especializada em promover eventos religiosos. Nem é uma instituição incumbida de celebrar Sacramentos, nem lugar de prestação de serviços, como: fornecer certidões de batismo e casamento para quem se deseja aposentar ou ganhar algum benefício social. Paróquia não é estrutura burocrática de influência moral ou educação religiosa. Se fosse alguma coisa dessas seria uma realidade estática, burocrática, sem alma, sem coração e sem dinamismo de salvação. 

A Paróquia é a Igreja realizada em determinado lugar. E, portanto, conforme concebermos a Igreja, assim vamos definir e realizar a Paróquia. O Concílio Vaticano II fala pouco de Paróquia. Usa mais a palavra “comunidade”. A “comunidade” é feita de pessoas e relações. A “instituição” não. É estática, parada... Se considerarmos a Igreja como Sacramento Universal de Salvação, como Mistério da ação da graça divina que se quer comunicar a todos, então já podemos falar de “comunidade missionária”. E aí a necessidade de colocar sempre a Paróquia em processo de constante renovação, para ser atuante e missionária. 

A característica “missionária” não indica um desejo, nem uma possibilidade. É uma exigência, algo que pertence à sua essência. As pessoas e as comunidades que se dizem cristãs devem ser missionárias ou não correspondem ao fim para que existem. É seu dever estar sempre em dinâmico processo de radical conversão de mentalidade, para serem fiéis à sua missão que é dar visibilidade e ação à própria Missão de Cristo. Ele é contemporâneo nosso. 

É o centro de nosso trabalho pastoral. Não se trata só de ser comunidade isolada, fechada sobre si mesmo, satisfazendo as emoções de quem a frequenta, procurando cada um só a “sua salvação”. Não. E a “comunidade” de que estamos falando nunca pode ser uma multidão grande. Não podemos transferir o que pensamos agora ser Paróquia e rotulá-la de “comunidade”. A comunidade deve ser um pequeno grupo de oração, de reflexão bíblica, de animação familiar, de vida, de convivência de sã vizinhança, de estudo da questão social na dimensão cristã... Grupo com pessoas que se relacionam e se apaixonam por um assunto de fé, se aproximam mais de Cristo e de outros que andam distantes. 

O grupo cristão torna-se próximo, responsável, apostólico e vai à procura das ovelhas perdidas. Não com estratégias  propagandísticas, mas por atração, por força de sedução do exemplo de quem vive o Evangelho. Por isso, a Paróquia deve ser uma grande comunidade cristã, mas composta de pequenos grupos ou comunidades que se reúnem em assembleia para celebrar o Mistério Pascal e participar da Liturgia. E essas pessoas que formam os grupos não dispensam ir à procura, sair, visitar as periferias, estar próximas de quem precisa duma ajuda. 

Essas comunidades que são pequenas igrejas, Comunidades Eclesiais de Base têm que ser missionárias. Ou missionárias ou sem razão de existir em Igreja. As Santas Missões Populares querem, exatamente, trazer esta dinâmica, esta preocupação, este dinamismo. Não são outra Pastoral, nem outro Movimento Apostólico... Elas querem apenas acordar, lembrar, sensibilizar e motivar para essa  força, essa alma, e esse espírito missionário que deve informar toda a vida da Igreja.


EU NÃO SOU DEUS! VOCÊ NÃO É DEUS!

Para mim, Deus é essencial. Não posso domesticar alguma ideia de Deus a meus interesses. Deus é Deus. Nenhum ser humano é, nem pode ser Deus. Mesmo eu, não me posso julgar deus. Mas há quem brinque com uma ou mais ideias falsas de Deus. Entre nós, surge uma pergunta preocupante? - Qual será a razão pela qual a maior parte dos homens não pratica religiosamente e vive desinteressada de Deus? 

Fui à procura de razões e encontrei algumas: há lucros imorais, busca-se prazeres ilícitos, ganha-se hábitos pecaminosos, vive-se numa libertinagem ofensiva à própria dignidade e ao respeito alheio, conquistou-se uma posição social com falcatruas e... ninguém gosta de ser inquietado e ter que mudar de vida!  Mas há uma razão psicológica que muitos esquecem ou ignoram. Explico: a melhor definição de pessoa é: “um ser em relação”. Somos e vivemos sendo relação. Ninguém é solipsista. Nem ilha. 

Todos precisamos de manter relação com alguém e alguma coisa. Sòzinhos não conseguimos viver. Precisamos de nos relacionar. Mas com quem? Com quê? – Quando crianças, inconscientemente, nós nos julgávamos o centro do mundo. Tudo que pedíamos era-nos concedido. Como mexíamos um dedo do pé, também fazíamos andar tudo à nossa volta. Se não, chorávamos e conseguíamos logo o que queríamos para não continuar a chatear. O colo da mãe era o nosso trono.


Quando tínhamos fome, ali perto tínhamos o peito da mãe com leite. A criança se autocentraliza, se autoentroniza, julga-se o centro de tudo e de todos. Mas, com a experiência da vida e com o que ouvimos, vamos entrando noutro mundo de relações. Do “eu-eu” de criança inconsciente, passamos ao “eu-ele”. Mas ainda aqui podemos transferir a importância que pensamos transportar para coisas e pessoas que conseguimos manipular e usar segundo nossas absolutas ilusões ou enganadores interesses. 

O narcisismo de criança começa então a alimentar-se do domínio dos outros, de gozar prazeres, de assegurar coisas... O “ele”, com quem nos relacionamos agora, ainda é o mesmo do “eu” anterior. Só mudou de lugar e de nome. Na vez de estar em nós passou a habitar outro espaço. Por exemplo: quem domina uma pessoa pensando que a ama, não a ama. Ama-se nela, fazendo dela o que quer. Se pensa em Deus, não O ama, vale-se dEle para não ser diferente em sociedade, para sossegar a consciência... Mas, na verdade, é a si mesmo que ama nessa ideia que arranjou de Deus. Não cresceu. Não amadureceu. Psicologicamente, continua criança. Embora tenham aparecido outras pessoas ou coisas, elas nada são sem essa relação a si. Assim pensa! Pensa a só ela é que conta. É rei ou rainha de tudo. E, por isso, vive com ganância de possuir, com sofreguidão de realizar ilusões, com uma arrogância incrível...


Para uma pessoa ser ela mesma tem que se converter, amadurecer, mudar... e relacionar-se: “eu-tu”, sendo este “tu” tudo que não seja ela. Mas, para isso, tem que se converter, mudar de mentalidade, deixar de ser infantil, aceitar sua fragilidade e identidade dos outros. Só então admitirá Deus na sua vida e respeitará Sua transcendência.
Saberá que Deus é Absoluto e ela pura relatividade. Que importante é a conversão! E como tão pouca gente se converte! Sem uma verdadeira conversão, a pessoa engana-se e vive brincando até com Deus.     

           NOTICIÁRIO PAROQUIAL

1)-Está a realizar-se a Assembleia Diocesana em Brejo. Presentes alguns membros de nossa Paróquia e lá estiveram também PP. Zé Adauto e Neves até ontem.

2)-A construção da capela de S.Teresinha continua. Está já telhada e esta semana vai levar um novo piso de lajota. Também levantou-se o muro de acesso ao adro para lhe dar mais privacidade.

3)-Esta semana foram visitadas as seguintes comunidades do interior: Alto bonito, Lagoa Amarela, Bom Princípio, Malhada dos franceses, Pitombeira, Curralinho. P. José Adauto celebrou também em Estrela.

4)-O Dia de Finados este ano (incrível!) foi bem celebrado com shows, assassino e bastantes facadas. Algo se tem que fazer para os anos seguintes. E uma iniciativa é ter encontros com as autoridades, sobretudo com a Promotoria Pública, para saber se se pode respeitar mais este dia e como diminuir estes shows e ver se têm segurança e licença para se realizar. Uma coisa se devia saber: se estes lugares que fazem shows estão licenciados para os fazer e se têm agentes de segurança. Por um lado, ouvimos dizer que não há agentes de segurança suficientes para atuar na cidade e, por outro, permite-se eventos onde sabemos que se passa droga, há violência e perigo de morte. Mas há agentes de segurança ou não? E, se não os há, como se permite tanta brincadeira perigosa?

5)-Como todos já devem saber, em 2015, em Outubro, vai-se realizar em Chapadinha a Romaria da Terra e Águas a nível estadual.  Estamos já formando uma comissão e Virão dezenas de milhares de forasteiros a Chapadinha. Queremos que essa concentração se realize no Areal e termine na Praça do Povo.

6)-Soubemos que alguns artigos deste Boletim Paroquial têm causado discussão em ambientes públicos. Se houver dúvidas sobre a seriedade ou veracidade de nossas posições, podem dizer que se pode colocar tudo em pratos limpos. Nossa fonte é o Diário do Governo. Notem que o “Fantástico” da Globo também quer saber para onde vai o dinheiro público. E o novo Governo do Maranhão vai ter uma Secretaria para averiguar denúncias e casos de corrupção. Já não estamos bem na antiguidade coronelística! Muito menos no tempo dos pitecantropos ou dos austrolopitecos.  Não se queira tapar o sol com peneira de tela rara.

7)-A insegurança em que estamos vivendo em Chapadinha merece análise séria dos responsáveis. Há quem se queixe que ligações para Delegacias não têm atendimento, que venda de droga parece liberada entre nós, que grupos de bandidos atuam à vontade... Não basta dar casas para o povo. É preciso estar atentos a infiltrações de grupos perigosos nestes ambientes, ver as rotas de fuga criadas e a falta de agentes de segurança.

8)-Convocamos todos dirigentes das Comunidades e coordenadores dos Setores das SANTAS MISSÕES populares para uma reunião 4ªFª dia 12 no CBNET. Horário às 19.30h.

9)-Primeiro Rito para os batismos de NATAL: dia 30 de Novembro; 2ª rito: dia 14 de Dezembro. Os pais vão fazer as fichas no Secretariado até o dia 22 deste mês . Obrigado.







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