sábado, 31 de março de 2018

Dois trompetes soam de modo diferente, mas um mesmo Espírito sopra dentro deles, o Ar. (S.Agostinho).



Diz a lenda, aliás o poema, a Odisseia de Homero que o navegador Ulisses, para não se deixar seduzir pelo canto das sereias se fez amarrar a um mastro do navio depois de tapar os ouvidos dos seus homens. 

Porém, Orfeu superou esse canto com uma música mais bela, e por isso as sereias, despojadas do seu poder, se lançaram no mar e se transformaram em recifes.

O mesmo ar, a mesma música ressoou dentro dos trompetes dos ouvidos e do coração de Ulisses e de Orfeu, mas a reação foi diferente. Ulisses esboçou uma reação que foi se amarrar para não se deixar apaixonar, Orfeu esboçou a reação de superar o canto das sereias, cantou melhor e as derrotou. 

Aqui temos exemplo de resiliência e de superação em relação aos sons que ressoam nos nossos ouvidos e às imagens que grudam nos nossos olhos. Quem era Orfeu? Quem eram as sereias?

Certamente que Orfeu poderia ter-nos deixado este poema encantador: ’’A música é a graça do universo, o presente que as esferas do universo oferecem aos homens. Eu não vejo que a harmonia das esferas se deva unicamente à coordenação que existe entre elas como pensava Aristóteles, mas creio que decorra sobretudo do som que dimana do seu movimento. Trata-se do movimento que harmoniza a nossa alma com os pontos invisíveis do universo e com muitos mundos distantes.

E aqui chegamos a precisar melhor o conceito de “harmonia”, que não está tanto na combinação dos sons mas na correspondência entre a emissão da sonoridade cósmica e a percepção da alma humana. 

Certamente que este lugar não é descritível, como não é descritível a música, que quando está escrita não soa, e quando soa não é visível. Entre o sinal preto da nota e o papel branco sobre o qual ela está impressa existe aquela distância que eu chamo de infinito. 

É o infinito que a música preenche e a alma sente. Foi esse infinito que preencheu a alma de Orfeu e superou o finito da distância das Sereias.

Falamos agora da ressurreição e da superação da morte. Alguns se amarram nas tábuas do caixão e pensam que nunca mais delas sairão. Outros cantam o hino da claridade da Páscoa, e seus voos sobem tão lindo e tão alto como Jesus. “Não me segura, que ainda tenho que subir para o Pai” (Jo,20,17).

Mais curta que a distância entre o cadáver e o sepulcro é a distância entre a fé e o amor da Madalena e de todas as Madalenas. FELIZ PÁSCOA.

                          A DANÇA E A MÚSICA.


Emanuel Tesauro descobriu em 1663 que na origem do mundo está aquela nobilíssima arte que é a dança, de que se diz ter nascido desde o princípio com o próprio mundo.

Também Platão concordava que foram os deuses que nos foram oferecidos como companheiros de dança, que nos presentearam o ritmo e a harmonia como expressão de prazer.

Aqui neste campo tem santos antigos que destoam com suas opiniões desta maravilha divina. São João Crisóstomo afirmou que “onde há dança aí está o demônio”.

Santo Ambrósio identificou a dança como o caminho mais próximo para a luxúria. E S. Agostinho dizia: “Nos dias de festa é melhor pegar na enxada do que dançar.”

Estes eram os tipos dos Ulisses que também se amarravam aos mastros dos navios para ficar cegos. Porém a verdadeira arte e sabedoria inspira os outros Orfeus a superar com a sua música e dança a arte das mesmas sereias que amedrontavam os tais santos e que ajudam a adequar com a eterna musica e dança do universo.

Na verdade a "dança é um meio para fugir da seriedade dos códigos que nos ameaçam. A dança dissolve todos os sentidos que querem se propor como sendo definitivos. 

Pela leveza do corpo se restabelece a leveza dos símbolos e a flutuação desses símbolos que joga com a gravidade dos códigos e com o rigor das inscrições, a dança apaga imediatamente as figuras recém construídas em contínua criação e destruição para a eterna expectativa do melhor que a arte constrói” (Umberto Galimberti).

Já Eduardo Galeano diagnosticou os diversos perfis do corpo naquela frase famosa: “A Igreja diz, o corpo é uma culpa; A ciência diz, o corpo é uma máquina; A publicidade diz, o corpo é um negócio; E o corpo diz, eu sou uma festa” (Eduardo Galeano). A você pertence escolher.

           NOTICIÁRIO:


1)- Está decorrendo o Cerco de Jericó, com adoração das seis da noite até as seis da manhã. Encerrando às seis da manhã do próximo domingo, domingo da misericórdia.



2)- A Chapadinha comemorou no dia 29 seus 80 anos. Parabéns a todos chapadinhenses e a todos que têm trabalhado para formar uma cidade de progresso igual, de cidadania e de fraternidade.

3)- Parabenizamos a participação de todos nos programas de SEMANA SANTA, e da VIA SACRA. Mormente o grupo da Via Sacra que fez um belíssimo trabalho para a realização da    edição da mesma com a participação das Duas paróquias.

4)- Na 3ªfeira da próxima semana, dia 10 teremos a reunião do CPP. Vá colocando no seu programa. Insistimos que os programas paroquiais têm preferência sobre as programações individuais e dos grupos tanto da comunidade local como dos grupos e movimentos.

5)- Dia 06 a 08 tem reunião das lideranças da PJ (Pastoral da Juventude) no Brejo.

6)- Quaresma foi tempo de revisão de vida e renovação. Páscoa é tempo de ressurreição para um melhor entrosamento na Comunidade. Chamo a atenção para as comunidades onde as lideranças não pastoreiam. 

Não se fazem presentes nas celebrações e deixam o rebanho abandonado e sem pastor, como um carro sem motor. Já viu como fica um carro sem motor? Repito que os colegiados são o motor do carro. Como estão marcando sua presença e dando as caras em sua comunidade?

7)- Póximo domimgo, dia 08 tem uma surpresa na Lanchonete da praça da Matriz ao cuidado da Comunidade da Sant’Ana em prol da construção da igreja da Santa Ana.

8)- Sábado dia 07 é a missa da unidade. Todos convidados na preferência.

( Veja imagens da cidade de Chapadinha, e cenas da VIA SACRA de Chapadinha, o espetáculo a céu aberto maior do Baixo Parnaíba).















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