sábado, 29 de dezembro de 2018

Até à Idade Média vivia-se à base da religião. Hoje em dia vive-se na base da competência. Por isso a palavra “leigo” não adéqua mais e pode virar-se até o “feitiço contra o feiticeiro”, isto é, leigo é o que não é atualizado nas coisas da atualidade.




No início do Vaticano II já se discutia se deveria ser evitada a palavra “leigo” por causa da sua carga pejorativa, baseada na constituição “A Igreja luz das nações”, n.30-38 onde se declara que a diversificação não se dá a partir de uma questão de “ordenação” mas a partir dos carismas os quais todos Têm o mesmo objetivo: o do serviço. A comunidade do povo de Deus tem prioridade sobre a estrutura jurídica e hierárquica.

Hoje em dia há cada vez mais empresas onde há participação nas decisões, e conselhos de fábricas. Mas os mesmos cristão podem estranhar que na Igreja ainda não têm essa participação  e não têm voz. Daí que a sua saída da Igreja é uma consequência da falta de participação. 

A sua saída chama-se uma emigração silenciosa, isto é, sacodem as mãos e vão simplesmente embora. Nos pontos chaves das decisões fica esta declaração estranha: “têm direito a participar, mas sem direito a voto, só com poder consultivo”. Porquê isso? “Onde uma tal participação está sendo negada a um certo grupo, seja dos leigos ou mulheres, a comunidade se destrói” (Renold Blanc).

Quais as causas dessa tal “hierarquização” da Igreja? 

A partir do século IV com o império bizantino, aumentado no séc. VI com os mecanismos do império romano e com a obra do escritor Dionísio, o pseudo areopagita no livro “ A hierarquia celeste”. 

Em  toda esta época a Igreja se dividia em duas classes, a dos clérigos de um lado e a dos leigos do outro lado, e influenciou até a medula e formatou a população católica a fiar identificada com este “gosto” de ser ovelha” isto é, pessoa só para ouvir, calar a boca e dizer que “eu não sei nada” e nada posso fazer. Os cristãos foram assim se acostumando ao autoritarismo dentro da Igreja, herdado do autoritarismo do império. Enquanto que as atitudes e as palavras de Jesus ficaram do outro lado do baú, “Entre vós não deve ser assim” (Mc 10,42).

Foi se gerando assim uma mentalidade de passividade. Porquê? Porque a Igreja eram o Papa, os bispos, e os padres. Eram eles que decidiam, e os leigos “assistiam”. E estas instâncias é que se consideravam “Igreja”, e viviam de uma sobrevalorização extrema da autoridade, que muito se aproximava da atitude de dominação dos sistemas mundanos de poder e prestígio. Esquecendo a ordem de Jesus “entre vós não deve ser assim” (Mc.10,42).

Esta carga histórica é que cria obstáculos que impedem ainda hoje a realização de um protagonismo do leigo. Por uma história de séculos, a palavra-chave que caracterizava o bom cristão era aquela de ser ovelha obediente e só obediente.

Reagindo a esta herança que não adéqua mais hoje, muitos cristãos procuram outra formatação para sua vida e para sua igreja: é aquela de que falei no início, de interiorizar uma sociologia dos dias de hoje, e cujo pontapé já foi dado em 1789 com o eclodir dos tempos modernos de “liberdade, igualdade e fraternidade”. 

E sem se dar conta este grito trouxe à tona o evangelho de Jesus que estava mofando. Desse jeito os leigos levam em conta que os leigos já não são mais leigos, e em escala crescente se conscientizam disso. Estamos confrontando com uma nova autonomia que não se submete, mas que questiona. Cada vez mais cristãos e cristãs começam a exigir os seus direitos e também dentro da Igreja.

Hoje tem leigos supertécnicos e qualificados em todo tipo de serviços e negócios, desde Bancos e empresas e pesquisas científicas. Como vão se sentir se perante uma Igreja que não se interessa  com eles, que não os chama para decidir, avaliar e trabalhar junto? Não são eles que estudam a bioética as matemáticas, a arqueologia do passado e as inovações do futuro? 

Diante de tudo isso como pode uma Igreja superleiga promulgar como deve ser isto e aquilo contra as pesquisas e resultados desses tantos de estudos? Que audiência terá uma Igreja assim e que reações poderá esperar?

É isto que as estatísticas hoje revelam e vamos constatar: 86% dos casais optam pelos métodos anticoncepcionais; 26% dos católicos crêem na infalibilidade do Papa; 36% são de acordo que os casais podem morar junto antes de casar; 90% o uso da camisinha para evitar a gravidez; 45% que a mulher deve casar virgem;  e 27% o homem; 48% crêem no inferno; 63% na imortalidade da alma; 55% crêem na vida após a morte; 59% a favor do divórcio.

Apesar de a Igreja se considerar “dona” e proprietária da verdade, essa crença vai se esfumaçando entre  os leigos que cada vez são menos leigos e mais “capacitados”. E se ela não tiver essa humildade, corre o risco de ir ficando cada vez mais sozinha e isolada. 

E quando ela botar leis e opiniões sempre poderá acontecer como na Idade Média quando os senhores feudais escreviam a respeito dos decretos papais: “Leia-se, publique-se mas não se cumpra”.

     NOTICIÁRIO:

1)- Fim de ano: Amanhã dia 31 teremos a santa missa de passagem do Ano às 20h, na matriz e em Santo Antônio.

2)- Dia 1º de Janeiro 2019, às 7h Missa em S.Antônio e São Pedro; às 8h em Santa Teresinha e na Matriz. Às 9h em São Raimundo e Santa Ana. Às 10h e 20h na Matriz.

3)- Profissão de Fé: Dia 06/01 na missa das 10h; Confissão: dia 05/01 de manhã; à tarde para os padrinhos e adultos em geral. Reunião: dia 03 e 04/01

4)- Já tenho nomes para a pastoral da Acolhida das Comunidades de S.Raimundo. de NªSª do Bom Parto, Santo Antônio, e São Pedro. Faltando as comunidades de S.Francisco, Santa Teresinha. De Santa Ana e do Centro.

5)- Pedimos para programar-se e renovar assinaturas e pagamentos do Jornal da Celebração “O DOMINGO”, e “LITURGIA DIÁRIA”. Já foi paga a 1ª prestação das 05, no total de 4.894,00. No dia 14/01 cai a 2ª prestação.

6)- Os dizimistas que estão inscritos no Centro vão pegar os Carnês do Dízimo de 2019, e os Calendários da Paróquia.

7)- Agradecimentos: Parabenizamos os dizimistas e em geral todos os paroquianos de NªSªdas Dores pela sua colaboração e doações durante o ano 2018 e não só. Nestes três anos e meio a Paróquia construiu o Rincão Boa Nova, inaugurado em 21/07/2016; a igreja de S.Francisco, inaugurada em 04/10/2017; e a igreja da Santa Ana em 21/11/2018.
O RONCÃO BOA NOVA, inaugurado em 21/07/16

IGREJA DE S.FRANCISCO, inaugurada em 24/09/17

IGREJA DE SANTA ANA inaugurada em 21/11/18
Agradecimentos: Parabenizamos os dizimistas e em geral todos os paroquianos de NªSªdas Dores pela sua colaboração e doações durante o ano 2018 e não só. Nestes três anos e meio a Paróquia construiu o Rincão Boa Nova, inaugurado em 21/07/2016; a igreja de S.Francisco, inaugurada em 04/10/2017; e a igreja da Santa Ana em 21/11/2018. A PARÓQUIA ESTÁ DE PARABÉNS E DEIXO AQUI MEUS AGRADECIEMTOS E VOTOS DE UM 


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