terça-feira, 5 de julho de 2011

PARÓQUIA DE CHAPADINHA -BOLETIM PAROQUIAL 03 DE JULHO 2011


URGENTE ACORDAR DA INDIFERENÇA
DEUS NOS AGUARDA COM ANSIEDADE.
      No dia CORPO DE DEUS foram celebradas missas como ao domingo. Era feriado e dia santo de guarda. Portanto, dia de preceito. Graças a Deus, as celebrações tiveram mais participação que nos anos anteriores. A procissão eucarística, à tarde, foi a maior realizada até hoje. Mas, quantas pessoas sentadas de manhã cedo, na frente da casa, alheias e desinteressadas à festa do dia! Quantos que se dizem católicos, mas adversos à prática religiosa.  " Sou católico mas não sou praticante"...Como dizer " sou professor mas não educo"..." sou pai mas não quero filhos"..." sou policia mas não zelo a ordem"...
      As razões deste distanciamento entre fé ( eu creio!) e a vida ( não pratico!), são muitas: conhecimento superficial da religião, falta de interesse pela dimensão espiritual, total ausência da educação familiar, certa aversão a estruturas, enorme dose de preguiça, mau exemplo dos crentes, confundir  religião com padres, orgulho e apego a ideias que lhe injetaram para justificar comportamentos esquisitos...
      E daí vidas sem sentido, sem espiritualidade, existências encalhadas em vícios de infidelidade conjugal, bebedeira, busca exagerada e prepotente de bens materiais...
      Querer uma fé sem gestos, desejar uma vida religiosa sem práticas religiosas ou sem compromissos pessoais...é como alguém querer ser pessoa  de carne e osso, mas vivendo angelicamente como simples espírito. Puro erro!  Viver à margem da fé, colocar ideias religiosas na cabeça e deixar o diabo arrastar o resto das faculdades para o mal ou para a indiferença é triste situação. Mergulhar no relativismo, no subjetivismo pensando que tudo é bom, que as coisas são como cada um quer, deixar-se arrastar pela facilidade, fechar-se à transcendência, enclausurar-se no egoísmo próprio...é entupir o caminho da felicidade. É fechar a porta a Deus, e portanto, não compreender o alcance da vida, a beleza da existência. É querer viver a fé em Deus mas sem renunciar aos critérios do mundo, inimigos da alma. Viver no individualismo, não aceitar a dimensão comunitária da fé...é afastar-se de Deus, cultuar as ideias próprias, o prazer, a brincadeira, deixar-se arrastar-se pelo ambiente e dar mau exemplo aos filhos que batizou na igreja.
      É preciso acordar da sonolência religiosa. É urgente compreender que ser cristão não é saber uma doutrina ou até ter um jeito especial de viver. É encontrar Cristo, apaixonar-se por Ele, viver a alegria da esperança de uma vida eterna.

O DIREITO DE NÃO SER ESQUECIDO EXIGE A REDUÇÃO DOS ABUSOS DOS POLÍTICOS
          A minha fé( a convivência que eu tenho com Deus) transcende a política. Passa mais além, cria esperança, dá sentido à vida, à brevidade da minha vida que é engolida pela eternidade antes e depois de eu existir; abre-me luz sobre o mundo em que entrei sem pedir e dele me vou despedir como pequena névoa diante do calor do Sol. Mas também é verdade que a minha fé não pode prescindir da  da dimensão politica. Ela faz parte da vida de todos. Também da minha. E eu não creio num deus etéreo e desinteressado. Adoro um Deus que encarnou, assumiu a natureza humana na sua totalidade.. Não posso viver sobrevoando a realidade que me cerca, nem pensar que posso armar a tenda da minha existência sobre uma ponte para não me misturar com os outros e ignorar o que se passa lá em baixo. A minha fé exige compromisso politico. Se eu não me preocupar com as relações na sociedade e com os efeitos que essas relações criam nos cidadãos, a minha fé será falsa. Aérea e abstrata. Os clamores do povo chegam até Deus. Atingem a misericórdia divina. E o eco desses clamores deve repercutir no coração dos amigos de Deus. Vejamos no terceiro capítulo do Livro do Êxodo a vocação de Moisés. Deus é sensivel ao sofrimento humano. E chama Moisés para  libertar o povo da escrevidão do Egito.
      Hoje, aqui em Chapadinha, cresce o número de clamores. No hospital demora-se a fazer cirurgias porque não há água. No Bairro Novo e nos Bairros do Mutirão e Independência não se pod entrar por causa das lagoas de água, buracos e lixo. A lixeira invadiu os Bairros. Pela falta de autoridade, crescem os processos judiciais, aumenta o trabalho pastoral, progride a criminalidade, fica ameaçada a segurança pública. Nosso quotidiano está emoldurado de clamores de toda a ordem. É preciso que os responsáveis pela administração pública reorientem o sentido de sua audição, apurem a sensibilidade do coração aos gritos da situação social. Quem se fechar a esses clamores e navegar ao sabor do seu egoísmo interesseiro retardando soluções sociais e sufocando esperanças, é um ser mais que inútil. Muito prejudicial.
      Circunscrever a consciência, afogar as capacidades no âmbito da vida privada, acumular bens, privatizar o que é público, perder a vergonha e enganar-se na direção certa do governo que deve ser serviço...é triste.
     Cria indignação saber-se da falta de ética na organização da coisa pública. A dignidade pessoal e pública não se deve resumir a usar  gravata e fazer discursos pomposos. Deve incluir vergonha na cara, honradez na consciência,, permanente preocupação pela procura do bem comum, inteligente capacidade de analisar o que se fala do que se faz. Chapadinha parou. Ecalhou na inércia. A brincadeira com a coisa pública progrediu.
      Tem até uma  mão de obra gratuita: a colaboração dos urubús na limpeza pública.
      Não basta que alguém saiba falar aos micros da comunicação ou inutilizar a fiscalização que algumas entidades deviam fazer. É preciso arregaçar as mangas e trabalhar. Arranjar colaboradores capazes e responsáveis. Não decepcionar quem quer colaborar. E aflige-nos ver já que se aproveita da situação para distribuir  benesses, fazer ofertas...para depois ir buscar esse dinheiro aos cofres públicos e continuar a situação que está aí
      A Prefeitura não é só para promover eventos festivos de exaltação pessoal com dinheiro público. É sobretudo para festiva e responsavelmente, promover o desenvolvimeno social e o bem estar das pessoas.   ( P.Manuel Neves)

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