domingo, 5 de agosto de 2012

PARÓQUIIA DE CHAPADINHA - FAMÍLIA SEM AMOR É VIDA SEM GOSTO


                     Na vida 

        precisamos de ir ao silêncio, fugir do barulho que nos aprisiona em mil solicitações. Necessitamos, de vez em quando, de nos isolar, de descarregar mil preocupações que mordem nosso existir. Temos que sair do poder de muitos faraós, fugir de hábitos de escravatura para encontrar espaços de libertação e ganhar atitudes de convivência fraterna. Necessitamos de reflexão, de experimentar nossas limitações para nos render à urgência de Deus. As pessoas, hoje, andam muito insatisfeitas e angustiadas. Perderam o sentido do destino para além das areias dos nossos desertos quotidianos. Cedem a convites para entrar, continuamente, em desertos sucessivos... Só Deus poderá saciar nossa sede de infinito. 

     Só no Absoluto divino encontraremos remédio para nossas mil ânsias e carências. Só Ele é o Caminho para a verdade, a saída para a autêntica liberdade, a única direção para nossos passos, o pão da nossa fome, a alegria para nossa solidão. Precisamos da terra que, como dizia S. Francisco, é nossa irmã, nos sustenta e governa. Precisamos dos outros para estender nossa vida na sua amizade. Mas, muito mais, precisamos de Deus, da Sua Palavra, de sentir Seu Amor, Sua constante presença amiga; donde viemos e para onde nos estamos dirigindo, atravessando o deserto do tempo. Não podemos perder a direção. Não nos podemos acomodar nem acampar, sossegadamente, porque estamos em trânsito. Somos peregrinos. Sem Ele, nossa caminhada é falsa ilusão.

     Entramos no mês das vocações. Também é uma vocação de Deus o chamamento ao matrimônio. Importante a família. Digna do interesse de todos! Mas está precisando de ser defendida e promovida contra a mercantilização da vida. Lar não é museu para mostrar a visitas. Estas podem  fazer renascer determinados sentimentos que o pó do hábito teima em encobrir, mas ao apagar da luz, à noite, volta a sensação do vazio. Lar não é exposição de mobiliário ostentando vaidade; lar não é armazém de pessoas, porque cada pessoa tem suas exigências e, só na convivência e no diálogo, aparece a alegria sincera.

     Lar sem amor, é vida sem gosto. E o amor é luta, gratuidade, respeito pelo outro, capacidade de reconciliação, força para acarinhar os bons sonhos. Há tantos sonhos mal sonhados, projetos mal pensados, ideias mal realizadas! Neste mês, precisamos abrir as janelas à alegria, à memória de compromissos feitos, à força da graça que nos deseja levar a mais felicidade. Não basta trabalhar para empurrar as pessoas da família. É preciso que haja festa, que se pratique o descanso como contemplação e agradecimento de tantas coisas que Deus nos dá. Refazermo-nos para outro esforço! Urgente sermos apreciadores de tanta graça que nos é concedida! Lar.

     Incrimina-se a ética, esquece-se a honestidade, pisa-se a verdade, dribla-se o direito, mata-se a vida, privilegia-se a incompetência, afronta-se a moral, abundam as excentricidades, prefere-se a morte, busca-se os vícios, apoia-se a safadeza, vulgariza-se a mentira, envenena-se os ambientes... e tudo isto tem repercussão na família.
SOMOS INDIVÍDUOS, MAS SERES SOCIAIS

      Na sua obra criadora e salvadora, Deus quis precisar de cada um de nós. De cada um. De todos. Quer nossas mãos, nossa inteligência, nossa boca... pra tornar visível e eficaz Seu amor libertador. Por isso, Jesus se “queixa” de quem está preocupado apenas com cumprir rituais, esquecendo-se dos que sofrem. Já o profeta Isaías dizia em nome de Deus:
 “ De que serve a Mim a multidão dos vossos sacrifícios? Já estou farto... Não me ofereçais mais dons inúteis... porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; procurai o que é justo; socorrei os oprimidos; fazei justiça aos órfãos; defendei as viúvas” (Is.I,11-18) No Evangelho também está claro que o amor gratuito de Deus, para com cada um, nos carrega com uma responsabilidade única: também eu, “cada eu” deve amar os outros sem exceção. “Se fores apresentar tua oferta e ali te recordares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá tua oferta e vai primeiro reconciliar-te com teu ele”(Mat.5,23-24). 

     O outro, o nosso irmão, sobretudo o necessitado, é sacramento de Deus. Quando dizemos que amamos a Deus e não amamos o próximo, não só somos mentirosos, mas também cegos, diz Bento XVI. O pobre é um dos lugares onde Deus, de certeza, está presente. Lembremos a parábola do juízo final: Jesus identifica-se com os famintos, sedentos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados...(Mat. 25, 40-45). A novidade do Evangelho é que Jesus não só amou os pobres, mas lhes deu prioridade sobre a lei (perdoou à adúltera, falou com a samaritana, curou leprosos...), sobre o templo (criticou o levita e o sacerdote que desprezaram o caído...), sobre o culto. Jesus lutou contra as injustiças, mesmo sabendo que isso O levaria à morte. A nossa fé (ou a Igreja em geral) não pode esquecer a dimensão social. Não é cristão quem só vai à igreja para ter uma relação vertical com Deus, não quer ser incomodado e vai à missa para sentir cócegas no coração. 

     Não podemos reduzir religião a sentimentalismos e devemos ter cuidado com o outro onde Deus anda escondido ou disfarçado. Há duas maneiras para exercer essa compaixão (com+paixão): 1)- com a ação socio-caritativa, esforçando-se cada um por perceber as reais necessidades dos outros, acompanhá-los e auxiliá-los na luta pela superação de suas limitações. É como quem põe remendos no tecido social. Ações pessoais e ocasionais. 2)-  com o compromisso político-social, com a intervenção de toda a sociedade para transformá-la de modo que cada pessoa tenha a sua dignidade assegurada. Isso se faz sobretudo pela política que é um sublime exercício da caridade, uma arte de fazer o bem a todos e uma ciência para a promoção do bem comum. E diz Bento XVI que nem a nojeira desta atividade deve afastar os cristãos da política.

     “As acusações de arrivismo, idolatria do poder, corrupção e egoísmo das pessoas do poder ou do partido político não justificam o ceticismo nem o absenteísmo pela coisa pública” (João Paulo II). A política é um direito e um dever. Corrompê-la? - É retirá-la da sua missão, é enorme crime e horroroso pecado.
MALDITA CORRUPÇÃO QUE É NOSSA PERDIÇÃO!

     Não quero ofender nem julgar ninguém, até porque estou convencido que, enquanto o povo (todos nós!) não mudar para a responsabilidade e participação... tudo, com qualquer , vai continuar na mesma. Tem Promotor Público e Prometedor Político.É bom não confundir a ação do primeiro que deve ser corajosa e atenta com as promessas balofas do segundo!

     Não há estoque de paciência que aguente o corrupto. Falta-lhe educação e valores morais. Seu atrevimento e esperteza revoltam qualquer alma santa. A corrupção insana nos dois gêneros. Tanto em homens como em mulheres, sendo nas mulheres mais sofisticada a ação.Vou tentar resumir um artigo de Frei Beto que acabo de ler.

     O corrupto não é propriamente um ladrão. É pior. É uma pessoa esperta que sabe satisfazer, imensamente bem, sua extrema ambição por dinheiro. É um chantagista sabido. Tem requintes de delicadeza, é “saçariqueiro”, ilude com gentileza, tem um sorriso afável e é especialista em conversas frouxas. Sabe agregar outros como ele para que o ajudem. O corrupto é discreto, porque se compraz em que pensem bem dele. Não se expõe. Tenta esconder-se. Considera que apoderar-se de uma porção, em todo o negócio que faz, é um direito. 

    A porcentagem que retira é um insignificante pagamento pelos seus serviços e apenas uma ligeira apropriação do que lhe pertence. Sabe acumular riquezas. E quanto mais tem, mais deseja ter. O que é facilitado pela ideia geral da população que pensa que só pode ser político quem é rico. Aumenta enormemente seu patrimônio e acha isso uma exigência da posição social que ocupa e do cargo que desempenha. Julga isso um legítimo prêmio de sua esperteza. E pensa: os outros só não fazem o mesmo, porque não podem! Viaja muito e faz gastos com sua família, compra carros novos dos melhores, põe sua residência nos trinques... e tudo com dinheiro público. Compra faturas falsas, trabalha com empresas fantasmas e suborna contabilistas especializados. 

     Considera-se um superdotado. Tão dotado que não se satisfaz só com uma mulher ou com um homem. O superfaturamento é coisa natural de quem governa. As licitações são dispensadas, porque seriam uma ofensa para os amigos que é preciso prestigiar. As pessoas aproveitam-se dele e afrouxam-no e ele afrouxa a burocracia com as verbas públicas que usa sem cerimônia. 

     O corrupto não tem transparência na gestão pública! É engenhoso e usa de todos os cuidados para que ninguém descubra suas falcatruas. Quando fala em administração, nunca é direito nem direto. Obriga a ler nas entrelinhas! Coloca tudo em nome e pessoas de alta confiança. Não tem coração. Tem carteira e é esta que lhe marca a direção. Não tem convicções. Vive de oportunidades. Não respeita compromissos. Prioriza a satisfação de sua ganância. Não tem sentimentos humanos. Apenas deseja lucros. Não promove a dignidade social. Prefere engordar as aparências. Procura não ostentar riquezas para melhor esconder sua maracutaia. 

     Mostra solenidade no andar, elegância no vestir, importância no trato e muita prudência em tudo que diz. Não espera ser convidado para ocupar cargos. Ele mesmo se propõe e com arrogância, porque precisa de aumentar suas riquezas. E vangloria-se de sua astúcia. Se é mulher, envaidece-se  com isso!

     O corrupto não sorri; agrada. Não cumprimenta; estende a mão. Não usa palavras para elogiar; apenas incensa com dádivas. Mas, ordinariamente, não liga para ninguém, nem para familiares. Não cede o lugar a ninguém; teme que alguém tome gosto pelo lugar que ocupa. Diz que não tem dinheiro; apenas um saldozinho bancário, (mas sem dizer em quantos bancos!). Nos seus negócios, não gosta de lidar com cheques; prefere dinheiro vivo que não é tão fácil descobrir para onde vai. 

     Julga-se um empresário bem sucedido. Logo que eleito, compra uma pasta para enfeitar seu porte. Passeia sua autoridade com sobranceria, dando a entender que é perito em muitos assuntos. Encosta-se a pessoas honestas para aproveitar sua sombra. Trata os subalternos com muita dureza e, em questão de honestidade, julga que não tem quem lhe chegue. Nem S. Francisco! Pensa que é uma pessoa de sorte extrema e deve aproveitar toda a oportunidade para ter mais dinheiro. Pode precisar dele no futuro. Em inteligência, é superior a todos, por isso, deve permanecer no cargo o mais tempo possível. Oh! nojeira de corrupção!
NOTICIAS d'
          
     1- Pedimos a todos os Crismados do último Grupo que não esqueçam vir buscar a certidão do sacramento que receberam. Estão prontas. A entrega é gratuita.

     2- No próximo sábado, dia 11 (pedimos desculpa pelo engano no último boletim!), vamos ter o grandioso Show com Francisco Marinho e P. António de Pádua. É a favor de uma obra que todos precisam: um espaço grande para receber milhares de pessoas. Isso a nível paroquial e diocesano. Para liturgia, encontros, seminários... para nosso uso e para alugar a outros. O terreno está aí preparado, já se vão lá colocar os portões e vamos pedir aos vizinhos mais educação e respeito. Esse espaço não é lixeira.

     3- P. Neves agradece a todos que o lembraram no dia de seu aniversário. Rezar uns pelos outros e viver em comunhão fraterna, isso será sempre o maior prêmio para quem entregou sua vida a serviço dos irmãos.

   4- Hoje, primeiro domingo de Agosto, mês das vocações, celebramos a vocação sacerdotal. Deus chama alguns membros da comunidade para o ministério sacerdotal. Faltam almas generosas que se queiram entregar a este serviço. Faltam jovens que sonhem com um mundo mais fraterno e queiram dedicar sua vida a servir a voz e a misericórdia do Senhor. O padre é homem que tem que estar em profunda comunhão com Deus e em comprometida união com os irmãos. Homem de Deus e homem dos outros. Homem sujeito ao pecado, como qualquer mortal, e homem que dá a mão para levantar quem fugiu do projeto divino. Homem da liturgia e homem da ação social. Homem de quem todos falam e quase ninguém compreende. Homem que todos criticam e poucos ajudam a cumprir uma missão a favor de todos. Hoje faltam sacerdotes! Predomina neles a idade avançada e não há jovens para os substituir. Rezemos pelos atuais sacerdotes e pela Igreja, para que encontre solução, na renovação, segundo a vontade divina!

   5-No próximo domingo, dia dos pais, vai ser inaugurado o centro do Recanto dos Pássaros. Ultimamente sentimo-nos na obrigação de cercar todo o terreno e já aproveitamos a parede feita para construir a parte do leitão que servirá para a futura capela. Pedimos a pastorais e comunidades que marquem sua presença. Nota-se, por vezes, que há uma queixa de quem não trabalha. Mas despreza-se muito quem se dedica e trabalha. Há quem não vá às inaugurações dos novos edifícios da comunidade católica só para ficar dizendo que não se faz nada. Não precisamos de quem elogie, mas de quem colabore e valorize o que se faz. a bem das comunidades.
    6-Neste fim de semana último e hoje está sendo realizado um Encontro de Casais com Cristo no CAIC. Pedimos a todos que rezem para que a graça de Cristo invada com alegria os lares destes casais.

   6-Religião não se pode resumir a espetáculo de palavra nem a show musical. Evangelização não é propaganda de produto comercial, nem divulgação de uma crença inventada por um qualquer. Deve ser encontro com Deus. Tudo deve ser feito para que Cristo possa comunicar com as pessoas sem violentar consciências. Nota-se que há, da parte de algumas igrejas ou seitas, a pretensão de fazer circo, comunicar como viveram miseravelmente na Igreja Católica, sem querer mudar de vida, ou como julgam que outros vivem e, então, criticam tudo e todos que não estão com eles dando espetáculo da sua especialidade. Pratica-se a sedução pela tirania de imagens, pela violência de berros, pela negritude de análises que quase hipnotizam pessoas e as tornam facilmente clientes de sua mercadoria religiosa. Usa-se as multidões como massa que passa a acreditar em qualquer coisa, mas sobretudo, que vai contra a Igreja Católica que dizem ser idólatra. Inventa-se análises, comunica-se apareceres, injuria-se quem não é de sua ideologia. A palavra “crente” não tem referência à fé, mas a qualquer crença que qualquer um pode até inventar. Parece que querem convencer  que suas igrejas são a única reserva religiosa, o único espaço onde Deus aceita estar, fechado e bem guardado na gaiola das pretensões de alguns. Achamos tudo isso muito ofensivo e nada cristão. E pedimos que senhores pastores deixem de, na rua, ofender gravemente a comunidade católica










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