segunda-feira, 30 de setembro de 2024

O PECADO ORIGINAL ANTES E DEPOIS DE SANTO AGOSTINHO.

 

Antes de Santo Agostinho não havia a teoria do pecado original, e as crianças que morriam sem o batismo iam para o céu. Santo Agostinho botou elas para fora do céu. E agora? Agora a Igreja bota de novo as crianças que morrem sem batismo no céu. Uai? Podia dizer o mineiro: então para que serve o batismo? Em primeiro lugar, o batismo não é para a outra vida, é para esta. É para aceitar Jesus e seguir as ordenanças da Igreja onde se é batizado. Se na Igreja católica, é para seguir as ordenanças da Igreja católica; se é nas Igrejas evangélicas, é para seguir as ordenanças das Igrejas evangélicas. Em segundo lugar, para fazer o bem seguindo a Igreja que estava começando, e seus compromissos. Ora, fazer o bem não se faz na outra vida, é nesta. A Igreja é só para esta vida. Por isso o chinês e o japonês e o asiático e outros que seguem sua consciência de fazer o bem e não prejudicam ninguém também o céu é deles. “Virão muitos do Ocidente e do Oriente se assentar na mesa com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos céus”(Mt.8,4); “Ide às encruzilhadas dos caminhos e chamai para a festa todos quantos encontrardes” (Mt.21,1-4). Nessa base também isso falou o Concilio Vaticano II: “A divina providência não nega os auxílios necessários à salvação daqueles que sem culpa não chegam ao conhecimento explícito de Deus e se esforçam por levar uma vida reta. Tudo o que de bom e verdadeiro neles há é considerado pela Igreja como preparação para receberem o Evangelho, para que possuam a vida eterna.” Lumen Gentium, n.16). Dá para voltarmos ao início do nosso tema para vermos o histórico da nossa questão que é muito importante. Santo Agostinho viveu no século IV da nossa era, e converteu-se e foi batizado aos 40 anos de idade. Antes ele seguia uma filosofia dos maniqueus chamada maniqueísmo. Essa filosofia dizia que tudo era matéria, não tinha espírito. O impulso sexual produzia a miséria das pessoas porque era coisa da matéria. Por isso o destino da pessoa dependia da fuga do mundo e da matéria. Passado tempo o mesmo Agostinho deixou essa filosofia e entrou noutra chamada plotinismo inventada por Plotino. Nessa filosofia  aprendeu que DEUS É ESPÍRITO. E aí filosofou: Se Deus é espírito, então o ser humano dever ter uma parte que é espírito, e outra que é matéria, corpo. E mais: Se Deus é espírito então o mal não pode estar no espírito mas na matéria e no corpo. E como a geração é transmitida pela matéria então Adão tinha feito o primeiro pecado da geração pela primeira relação sexual. E chamou a esse pecado o “pecado da origem” que depois se chamou pecado original. Esse pecado entrava pelo sémen e espermatozoides que são matéria, e a matéria sendo má passava para o corpo da criança. E isso mesmo reconhecendo que o afeto “libidinoso” que acompanha a procriação seja inevitável. Na mesma época de Santo Agostinho, viveu Pelágio que via no pecado uma espécie de exemplo a não ser seguido; Para Pelágio, o homem nasceria bom e inocente. Porém a Igreja seguiu a teoria de Agostinho durante toda a Idade Média. Claro que a teologia de Agostinho seguia aquela antiga cosmologia e antropologia da criação do mundo nos seis dias do Gênesis, e do mito de Adão e Eva. Por isso eles interpretavam à letra aquela história de Adão e Eva. Porém hoje sabemos que aquilo é um exemplo contado como mito de antigamente. Em segundo lugar, as explicações de Santo Agostinho também viraram uma lenda inaceitável, e um erro antropológico inaceitável pois nenhuma matéria é má e nem a relação sexual, como ela aprendeu dos maniqueus. Semelhante à teologia de Agostinho tem uma teoria bizarra do pastor William M.Branham, dos Estados Unidos da América que dizia ter tido uma “revelação” de que o “pecado original” veio de uma relação de Eva com a serpente, veja só.

Conclusão. De novo vem a mesma pergunta: Antes de Santo Agostinho não havia o pecado original: as crianças que morriam sem o batismo iam para o céu. E agora? Agora a Igreja bota elas de novo para o céu. E ainda outra questão: Antes de Santo Agostinho não existia o pecado original. Teologias criam realidades, ou algumas continuam lendas? Aqui cabe a história do caboco que dizia: “onde não há demônio os protestantes tem que botar pra dar trabalho aos pastores, e onde não há pecado a Igreja bota pra dar trabalho aos padres”.

P.Casimiro João     smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

Nenhum comentário: