segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - A FILOSOFIA DA ROUBALHEIRA





Quando, na Paróquia, se fala de assuntos sociais logo há ignorantes que dizem que o padre não se deve meter em política. Não sei que medo têm e, como vivem e dependem da política para comer, vêem política em tudo. Tenham calma, amigos! Vou responder a esses senhores mas não hoje, porque ainda não tenho a gravação do que um atrevido disse na rádio.


Sei que sou inconveniente, para muita gente, quando falo ou escrevo sobre corrupção. Sou inconveniente e deselegante. Nada simpático. Eu sei. Estou bem consciente disso. Costuma-se dizer que enquanto os cachorros ladram, a procissão avança. Não me posso omitir. É meu dever e faz parte de minha missão, condenar não os pecadores, mas o pecado. Gostem ou não gostem vou continuar a incomodar. Fazer o que eu faço não é política. É uma questão de justiça, de solidariedade, de procura do bem comum exigida pela caridade. 

E todas estas atitudes de justiça, solidariedade e caridade são virtudes que caem sobre a alçada da religião. Que querem? – É meu dever, minha missão, minha obrigação. Agrade ou enerve, goste ou enjoe... desculpem, não posso calar! Vou continuar. Sou padre há 48 anos, já aprendi o que é do meu ministério. E tenho superiores, colegas e católicos conscientes a quem peço conselho. Não ando ao sabor dos que nunca aprenderam a trabalhar e se dependuram na politicagem para sobreviver. Mas isso vai ser assunto para outra vez. Esperem. “Não sou pudim para todos gostarem de mim!”


A corrupção não incomoda muita gente em Chapadinha. Eu sei. É até causa de admiração e elogios. É consentida, permitida e até desejada desde que se possa esperar algum proveito próprio. O importante é o lucro, o proveito individual. Não a moral e a ética. Há pessoas que,se recebem algo dum candidato ou duma autoridade isso funciona como detergente em roupa suja. Melhor que o “sabão omo”. Quem, na campanha eleitoral, dá alguma coisa, se ganhar, depois vai-o buscar ao cofre comum. Isso é sabido por todos, mas olhem o que acontece! Quanto alguém consegue um emprego, uma ajudinha, um benefício... isso lava tudo, desculpa todo o erro, limpa toda a asneira que o “bonzinho” fizer. O interesse próprio é que comanda a apreciação. Por isso, se diz: “Roubou, mas fez alguma coisa!” Autêntica falta de moral! Ausente todo o sentido ético! Absoluta falta de educação moral! Cabeças levianas, olhos cegos, corações ressequidos que só buscam o proveito individual. A impunidade? – Sim, essa chateia. A corrupção não. Já entrou na tradição. “Ninguém concerta o mundo!”- diz-se! Só a impunidade revolta as pessoas. Mas também há quem a desculpe. Há sempre quem diga: “Ah! mas outros também fizeram o mesmo e não aconteceu nada!”. Só se reprova o que não dá proveito. O roubo não incomoda. Só incomoda os roubados. E, quando a coisa é pública, parece não ser de ninguém. Então aí se aproveita cada um o mais que pode. 

Tudo gira à volta dos interesses próprios. Pertencer a uma comunidade, saber que há exigência de valores para se poder viver em boa convivência... isso pouco ou nada interessa. Eu, eu, eu... o meu, o meu, o meu, os meus, o meu filho, o meu sobrinho, a minha mulher... e, só quando eu não precisar ( e quando será isso?), é que terão vez os outros. Os meus direitos são sempre direitos. Os direitos dos outros são apenas privilégios concedidos. Se quem rouba é meu amigo e me ajuda ou pertence a meu partido... tem toda a desculpa. Roubar, nesse caso, é apenas esperteza. O roubo só é mal quando quem o faz não me ajuda. Essa é a moral pagã que corre entre nós. Moral do diabo!


 A VERDADE É ESTA! ACEITE QUEM QUISER! E PONTO FINAL!

Fui à audiência pública na Câmara onde se devia fazer uma apresentação de contas. No meu entender, tal não aconteceu. Primeiro, porque as contas deviam ser apresentadas aos Vereadores, discutidas com provas de gastos na mão e só depois vir para o grande público. Escrever ou apresentar números, não convence ninguém da verdade do acontecido. Tudo isso pode ser fruto de invenção. Tudo que lá foi dado em números já devia ter sido publicado e conhecido mensalmente. E com alíneas que justifiquem o quantitativo mensal. A falta de provas não cria convicção. E o patrão do dinheiro público é mesmo o Público, não os nossos empregados que foram eleitos para nos representar.


A platéia era, na sua maioria, composta de um grupo organizado, encarregado de apoiar a apresentação do Governo e de vaiar quem perguntava ou duvidava. Afinal as contas precisavam mais de apoio que de explicação! E outra coisa: houve quem elogiasse este ato por ser a primeira vez que se fazia. Mas a referência não devia ser a transgressão da lei que outros fizeram em não apresentarem contas. O ponto de referência deve ser a lei que exige que se preste contas. E depois foi lá dito, que o quantitativo apresentado pela Câmara não coincide com o quantitativo que veio para a Prefeitura, segundo a Gestora em exercício. 

Quer isso dizer que nem a Câmara tem acesso à verdade! Porque não? Como poderão os Vereadores fiscalizar o que desconhecem? E fiscalizar é a obrigação dos Vereadores! E se a união na administração é garantia de êxito, como lá se disse, porquê dois grupos tão notórios e díspares na administração Municipal?
  

Mostrem números, apregoem boas vontades, afirmem mudanças... nada disso nos garante uma administração séria. E a prova disso é que há um falatório geral de desconfiança e até de reprovação por toda a parte. Que o dinheiro se foi, se evaporou... isso todos sabemos. Ninguém duvida! Mas para onde foi há quem desconfie. Obras públicas compatíveis com os enormes gastos apresentados... não se vêem. Não falo de construções, falo de realizações. 

Não há realizações públicas que justifiquem tanto dinheiro gasto. Se não se pode negar a seriedade nas contas, tem que se negar a competência da Administração que não faz render o que é público. Outro problema é que estas reuniões se façam só lá de tempos a tempos. Não há quem agüente o cansaço na demora da apresentação. Tudo tem que ser feito de uma maneira humana e, para isso, é obrigatória a apresentação mensal. Essa, sim, aproxima-nos das realizações que são lembradas com facilidade e não se perde tardes que são muito úteis a quem trabalha. E os R$286.680.00 em “meios fios” de estradas e calçamento, já sabemos, não foram gastos aí. 

Até a senhora Prefeita se engana, porque deve estar longe da realidade. E os R$48.000,00 não foram para a Mirante. Foram para a SBT. Também já ficamos sabendo, embora nos reste conhecer o motivo. E, afinal, em que ficamos: foram 74 milhões ou 65 milhões ou apenas 61 milhões que a Prefeitura recebeu? Mesmo que tenham sido os 6i milhões já não foi pouco! Mas queremos saber a verdade.
  

Buscar moral, ética, bem comum... também é tarefa política. E políticos sérios é o que todos nós devemos ser. Todos, sem exceção! Todos de olhos abertos! O contrário é estupidez. Mesmo os padres, os bispos e até o Papa devem ser políticos, no verdadeiro sentido da palavra, porque política verdadeira é alto exercício de caridade. É o Papa Francisco que o diz. Agora estar na política com ganância, para enriquecer rápido, não prestar contas exatas... isso é que ninguém pode fazer. Nem padre nem leigo, nem ninguém. Os padres são aconselhados a não entrar em partidarismo. Agora, buscar o que é de todos, pedir busca do bem comum é justiça, é respeito pelos outros, é responsabilidade social... É dever de quem é educado e também de quem tem a missão de ser formador de opinião pública. 

Se uma autoridade faz o que quer e nada lhe acontece, a autoridade seguinte faz o mesmo e assim por diante. Qualquer dia, o pecado vira esperteza, a não prestação de contas vira costume aceitável, a Câmara não sabe o quantitativo que a Prefeitura recebe... e como pode fiscalizar?E, se os grandes podem fazer o que querem, porquê não os pequenos? E para onde vamos assim? Este é um assunto grave e incentivamos todos os católicos a não lavarem as mãos, como fez Pilatos. Interessar-se, é obrigação cristã!


Mas, desculpem! Não queria terminar sem perguntar: e o Ministério Público, os senhores Promotores de Direito Público que estão em Chapadinha, o que dizem a isto? O assunto veio a público e ninguém o pode ignorar. E averiguar a verdade é seu dever! Será que o podem fazer? Por que não? E por qual razão não o têm feito por nós? Queria ter o direito de esperar uma resposta e o que podemos fazer.


MERGULHAR NO MISTÉRIO PELA LITURGIA

Participar de ato litúrgico não é só olhar gestos, cerimônias, rituais da celebração. É mais. Muito mais! É adentrar no céu, é mergulhar no mistério, é aprofundar o real sentido do tempo que não é só uma repetição de atos nem a medição cronometrada da sucessão de espaços temporais. Não posso viver medindo só o tempo em referência a afazeres ou a obrigações assumidas. 

O tempo não é só isso. É espaço de Salvação que Deus me proporciona, é tempo de graça. É kairós. Mas é na Liturgia que podemos descobrir melhor essa riqueza, que se pode abrir para nós essa janela para o sagrado, que podemos ter a experiência da pulsação da vida sobrenatural em nós, que podemos abordar com maior sensibilidade a presença do mistério em nosso existir. Por mim, falo a verdade: é durante os atos litúrgicos que eu mergulho numa experiência mais profunda da vastidão da vida da Graça em mim, que alguns momentos adquirem o valor duma fonte de força para as restantes horas do dia. 

Comparo a liturgia ao estetoscópio que os médicos usam, encostando-o ao nosso peito, para medir nosso ritmo cardíaco. Eu sempre tenho esse trabalhar do coração, mas não o sinto. Com o estetoscópio, o médico apercebe-se melhor dele. Assim é a liturgia. Quando participamos de atos litúrgicos e lhe prestamos a devida atenção, nós nos apercebemos melhor da pulsação da vida em nós, da presença do sagrado em nosso existir. 

A Liturgia, quando vivida com seriedade, absorve nossa realidade total, projeta-nos para a eternidade, valoriza o presente na continuidade de tantos momentos plenos de espiritualidade no passado. No cristianismo, Deus é contatado na História ao assumir forma humana. Na liturgia, o tempo é apanhado como Graça de Salvação. Na pausa dos afazeres diários e no silêncio dos problemas... sentimos melhor a beleza de nossa interioridade. Não deve haver confronto entre liturgia e atividade. Não podemos fazer parar tudo para saborear o sagrado, mas este sente-se melhor na densidade misteriosa dos atos litúrgicos que nos estimula para Deus e nos direciona a respeitar a Criação e os outros. 

Na Liturgia unimo-nos a toda a Igreja, vivemos a Comunhão dos Santos, carregamos a responsabilidade de representar toda a coisa criada. Os anjos, os nossos antepassados, todos que viveram unidos a Cristo e agora gozam a alegria da felicidade... todos estão aí a circundar-nos, a alegrarem-se conosco. Na liturgia da terra antecipamos a eterna liturgia celeste que não terminará nunca. Não participar da Liturgia é uma perda, um contra-senso, é fugir a uma experiência da presença de Deus, é esgotar a vida na insensibilidade do sagrado, é não sentir a necessidade dos outros que, conosco, querem louvar a Deus. 

Não participar da Liturgia é negar-se a aprofundar o mistério que corre em nós, é não valorizar a plenitude do tempo que está cheio de Graça e Salvação. Não podemos viver, morrendo, afogados na nossa pequenez, nas preocupações do dia a dia. Não nos podemos desinteressar da eternidade satisfazendo-nos de banalidades pela constante continuidade da insensibilidade ao sagrado.


NOTICIÁRIO DA PARÓQUIA

1-As obras do Centro da Tigela continuam em ritmo acelerado. O madeirame para o telhado já está em cima e as salas receberam dez caçambas de entulho para poderem receber o piso.


2- As novenas e festejos dos Padroeiros das comunidades de S. Teresinha e de S. Francisco correram muito bem. Bem participadas e com devoção comprovada, graças a Deus. Como nunca. Agora estamos na novena da Padroeira e rainha do Brasil, Mãe Aparecida. E, no próximo domingo, começará o festejo de S. Margarida. Venha força e saúde para tudo isto!


3- No interior foram visitadas as comunidades de Malhada dos Franceses, Poço de Pedra, Inhambú, amburi, Barroca da Vaca. Foram mandados andaimes de ferro para Baturité para rebocarem o interior da capela e pintarem por fora.


4- Nos próximos dias 22 e 23 deste mês vai-se realizar uma reunião de todo o clero da diocese na nossa paróquia. Vamos pedir ajuda para tratar bem o presbitério diocesano que há muitos anos não se reúne em Chapadinha.


5- Chegaram de Portugal algumas lembranças do P. Bastos que aqui trabalhou e que faleceu em Julho passado. Como não chegaram, vamos mandar fazer mais, para que P. bastos que foi o motivador dos Missionários da Boa Nova estarem aqui, seja lembrado nas orações dos amigos.


6- Estamos resolvendo pormenores para a realização de um grande encontro paroquial no dia de Cristo Rei, dia 24 de Novembro. Queremos que as comunidades se preparem para haver uma grande participação de louvor a adoração a Cristo. É o fim do “Ano da Fé” promovido por Bento XVI. Temos que nos habituar a ser motivados pela fé e não viver apenas da alegria passageira e líquida de shows de artistas.


7- Queremos chamar mais a atenção para a atividade do professor Tiago. Já sentimos grandes efeitos no entusiasmo pelo cântico litúrgico.
Hoje, domingo: ensaio do coral paroquial com a participação de todos que integram o ministério da música. Das 15.00H às 1700H.
Fecham também hoje as inscrições para a Escola de Música Papa Francisco. No próximo sábado, dia 12 haverá uma reunião no CBNET com todos os inscritos para a calendarização do horário de cada um e verificação do instrumento da preferência. Lembramos também que a escola de instrumentos só começará em Novembro.
A 2.ª sessão da formação do Grupo de teatro será quarta feira, às 20.00H no salão paroquial. Fechou-se as inscrições para este grupo que conta, atualmente, com mais de vinte participantes.
  Para todas estas atividades e outras que se vão fazer queremos contar com a boa vontade de aprender e com a perseverança. Não queremos que, por qualquer pequena dificuldade, os inscritos desistam e deixem outros que gostavam de participar sem poder participar.


8- Mais uma vez insistimos para que, quem desejar assinar o Jornal Litúrgico ou o livrinho da Liturgia Diária, faça a sua inscrição o mais depressa possível. Quem demorar mais tempo terá que pagar um acrescento exigido pela editora Paulus.


9- Ainda não marcamos os encontros de preparação para o Crisma por causa das novenas nos bairros. Mas queremos que o Sacramento seja administrado antes do Natal.


10- Terça feira, no CBNET, às 20.00H reunião do COMIPA, do grupo que orienta o trabalho das Santas Missões Populares. Este trabalho tem que receber mais força e participação porque é de toda a importância para a nossa vida cristã na Paróquia.

  






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