quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - MERGULHAR NO MISTÉRIO PELA LITURGIA




Participar de ato litúrgico não é só olhar gestos, cerimônias, rituais da celebração. É mais. Muito mais! É adentrar no céu, é mergulhar no mistério, é aprofundar o real sentido do tempo que não é só uma repetição de atos nem a medição cronometrada da sucessão de espaços temporais. Não posso viver medindo só o tempo em referência a afazeres ou a obrigações assumidas. 

O tempo não é só isso. É espaço de Salvação que Deus me proporciona, é tempo de graça. É kairós. Mas é na Liturgia que podemos descobrir melhor essa riqueza, que se pode abrir para nós essa janela para o sagrado, que podemos ter a experiência da pulsação da vida sobrenatural em nós, que podemos abordar com maior sensibilidade a presença do mistério em nosso existir. Por mim, falo a verdade: é durante os atos litúrgicos que eu mergulho numa experiência mais profunda da vastidão da vida da Graça em mim, que alguns momentos adquirem o valor duma fonte de força para as restantes horas do dia. Comparo a liturgia ao estetoscópio que os médicos usam, encostando-o ao nosso peito, para medir nosso ritmo cardíaco. 

Eu sempre tenho esse trabalhar do coração, mas não o sinto. Com o estetoscópio, o médico apercebe-se melhor dele. Assim é a liturgia. Quando participamos de atos litúrgicos e lhe prestamos a devida atenção, nós nos apercebemos melhor da pulsação da vida em nós, da presença do sagrado em nosso existir. A Liturgia, quando vivida com seriedade, absorve nossa realidade total, projeta-nos para a eternidade, valoriza o presente na continuidade de tantos momentos plenos de espiritualidade no passado. No cristianismo, Deus é contatado na História ao assumir forma humana.

Na liturgia, o tempo é apanhado como Graça de Salvação. Na pausa dos afazeres diários e no silêncio dos problemas... sentimos melhor a beleza de nossa interioridade. Não deve haver confronto entre liturgia e atividade. Não podemos fazer parar tudo para saborear o sagrado, mas este sente-se melhor na densidade misteriosa dos atos litúrgicos que nos estimula para Deus e nos direciona a respeitar a Criação e os outros. 

Na Liturgia unimo-nos a toda a Igreja, vivemos a Comunhão dos Santos, carregamos a responsabilidade de representar toda a coisa criada. Os anjos, os nossos antepassados, todos que viveram unidos a Cristo e agora gozam a alegria da felicidade... todos estão aí a circundar-nos, a alegrarem-se conosco. Na liturgia da terra antecipamos a eterna liturgia celeste que não terminará nunca. Não participar da Liturgia é uma perda, um contra-senso, é fugir a uma experiência da presença de Deus, é esgotar a vida na insensibilidade do sagrado, é não sentir a necessidade dos outros que, conosco, querem louvar a Deus. Não participar da Liturgia é negar-se a aprofundar o mistério que corre em nós, é não valorizar a plenitude do tempo que está cheio de Graça e Salvação. 

Não podemos viver, morrendo, afogados na nossa pequenez, nas preocupações do dia a dia. Não nos podemos desinteressar da eternidade satisfazendo-nos de banalidades pela constante continuidade da insensibilidade ao sagrado.



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