sábado, 26 de fevereiro de 2011

ARTIGO: "Deus Acima de Tudo"

Numa visita ao interior, o carro avançava com dificuldade. As covas eram demais, o caminho apertado pelo mato, alguns troncos caídos... Já ao chegar à comunidade encontrei um casal amigo e, brincando, perguntei: “será que Deus já passou aqui pela vossa terra? Ao que o homem logo me respondeu: “passou, sim, senhor padre e ficou aqui conosco!” A fé é isso: abrir a porta a Deus, franquear-lhe a entrada em nossa vida. Fé é deixar que Deus entre e habite nosso ser, seja o Senhor de nossa existência. É dar-lhe a oportunidade de nos amar. É decidirmo-nos por Ele. Aceitá-lo. Jogar toda a vida no Seu projeto. Investir no Seu Reino todas as nossas forças. Não colocar obstáculos ao Seu amor. Estabelecer relação firme com Cristo e criar comunhão com Ele, máxima manifestação do Pai na história humana.

Fé é aceitar que Deus nos invada. É cortar amarras, rebentar correntes, abrir cancelas, escancarar portas... que nos dificultam a decisão dum encontro decisivo e vital com Ele. Ter fé é destruir obstáculos, retirar empecilhos, rebaixar muros, ultrapassar dificuldades, vencer a rotina de um quotidiano banal... e escolher Jesus, entregar-se totalmente a Seus apelos evangélicos, aceitar as exigências do Seu seguimento... entrar definitiva e corajosamente no Seu discipulado.

Ter fé não é ser batizado. É viver as exigências batismais. É trabalhar nossa mania de viver fácil, de pensar que tudo que nos agrada é vontade de Deus. É não fazer só o que nos apetece, mas caminhar para a plenitude em Cristo. Ter fé não é dia sim e dia não. Não é: “às vezes!” É ficar na d’Ele, sempre. É ganhar intimidade com Cristo, ter paixão pelo Evangelho. Não O trocar por outra coisa. Não ter ídolos, algo que, de vez em quando, preferimos para O substituir. A vocação cristã é o melhor, o Caminho mais certo, a escolha mais vantajosa, o viver mais rentável, o mais fantástico investimento... É proveitoso 100%. Vale a pena deixar
tudo para viver em Cristo. Ser cristão é relacionar-se bem consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus. Ser cristão não é infantilidade. Exige maturidade, ser capaz de carregar a cruz de cada dia. Precisamos insistir muito na beleza e grandeza que recebemos do amor de Deus para sermos capazes de nos privar de alguns pequenos gostos que nos atraem.

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